Quinta-feira, 28 de Novembro de 2024
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Constrangimentos nas obras da Rua do Mosteiro, em Cucujães

O posto de combustível CEPSA na Rua do Mosteiro, em Cucujães, foi obrigado a encerrar portas. À entrada um aviso: “Informamos os nossos estimados clientes que, por falta de acesso provocado pelas obras na rua, não temos condições para trabalhar e fomos forçamos a encerrar o posto temporariamente. Abrimos logo que existam condições de circulação e acesso ao posto”. O restante comércio desta artéria, uma das principais da freguesia de Cucujães, também está a passar por dificuldades devido à requalificação da rua.

Cláudio Andrade, candidato da CDU à Junta de Freguesia de Cucujães, já tinha denunciado algumas dificuldades dos comerciantes, tal como pode ler aqui, e que o Azeméis.Net foi confirmar na última semana. O posto de combustível CEPSA encerrou, depois de outros estabelecimentos terem tomado a mesma decisão, e se as obras prolongarem-se no tempo outros espaços tomarão a mesma decisão. A quebra de receita foi assinalável, mas o que mais inquieta alguns comerciantes é o facto de não saberem a real evolução da obra que teve início em fevereiro. Cinco meses depois há ainda poucos metros de estrada requalificados, e os moradores e comerciantes não conseguem perceber o que está a atrasar a obra e o porquê de as máquinas terem estado paradas tanto tempo.

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O posto de combustível CEPSA foi obrigado a encerrar portas

Projeto inicial teve de ser revisto

A verdade é que o projeto inicial teve de ser alterado, e provocou atrasados naquela que é uma das maiores obras nas freguesia de Cucujães. Carla Rodrigues, vereadora do PSD e candidata à presidência da Câmara Municipal nas próximas eleições autárquicas, já tinha levantado algumas questões sobre as obras da Rua do Mosteiro, em Cucujães, na reunião de executivo camarário no dia 6 de junho, ou seja, há mais de um mês, chamando a atenção para alguns problemas visíveis por causa da largura da via.

“Nós tivemos oportunidade de visitar essas obras durante o fim de semana, porque recebemos imensas queixas e participações com fotografias e com algumas reclamações de moradores e comerciantes daquela rua e resolvemos verificar no local o que é que se estava a passar. Porque obviamente que já não passamos lá há imenso tempo, desde que a rua foi cortada nunca mais lá tínhamos ido e não tínhamos noção do andamento das obras. E o que é que verificamos? Obviamente com a ressalva de que nenhum de nós é engenheiro e, portanto, há ali pormenores técnicos que poderá haver justificações técnicas, mas aquilo que salta à vista de qualquer leigo é que aquelas obras não estão a correr bem. E salta à vista por várias razões. Desde logo pela largura da via e esse talvez seja o principal problema. A via, a estrada da Rua do Mosteiro, uma estrada tão movimentada como nós sabemos, onde passam camiões, autocarros, viaturas ligeiras, uma estrada com imenso movimento e esse foi um dos argumentos para a necessidade desta intervenção”, começou por dizer.

E apontou: “A via tem cerca de cinco metros de largura, ou seja, é fácil perceber que numa via com cinco metros de largura dificilmente um camião cruzará com outro camião e muito dificilmente um pesado cruzará com um ligeiro. Nós sabemos que a via não era larga (antes), mas sabíamos que havia escapatória para as bermas. Os camiões – e nós víamos isso todos os dias – e os carros escapavam para as bermas para poderem circular e continuavam a circular. Isso vai deixar de acontecer porque agora há as guias dos passeios. A via está extremamente estreita em praticamente toda a sua extensão. Também há locais onde há construções, há habitações e não dá para alargar a via, tem que ficar como está, dá é para condicionar a largura dos passeios. Ajustar a largura dos passeios para que a via … – é óbvio que os passeios são importantes e a circulação dos peões também –, mas não pode ser comprometida a circulação e a segurança também desses peões através das dificuldades de circulação dos veículos. Portanto, o que é que se verifica? Em grande parte do troço os passeios são largos, são bastantes largos, não há uma
uniformidade, e percebemos também que a via não sendo uniforme, não pode haver uniformidade
dos passeios”
.

Em resposta aos problemas apontados pelo PSD, o vereador Hélder Simões reconhece ter havido alguns problemas na implementação da obra. “Este projeto foi contratado e feito por um gabinete externo. Aquilo que foi pedido ao gabinete externo foi procurar compatibilizar o trânsito rodoviário intenso que aquela rua tem e todos nós reconhecemos, com a criação de infraestruturas para peões, nomeadamente passeios permitindo essa sua compatibilização. Aquilo que o projetista à data nos informou é que estava a prever um alargamento da plataforma rodoviária de meio metro. Portanto, aquilo que estava subjacente era alterar a plataforma rodoviária que era de cinco metros, para cinco metros e meio. Constata-se efetivamente que os cinco metros e meio que hoje estão a ser implementados na via são manifestamente curtos – eu reconheço – para aquilo que é o tráfego diário daquela via”, disse o vereador responsável, juntamente com o presidente, pelo pelouro das Obras Estruturantes e Municipais.

Na sequência, o vereador Hélder Simões revelou houve a necessidade de parar a obra revelou que houve a necessidade de fazer uma revisão ao projeto inicial: “Desde a passada semana, apenas e só, a componente de implantação dos passeios, foi suspensa a sua execução por forma a ser exigido ao projetista uma revisão do projeto que permitisse reequacionar a largura da via e criar uma plataforma de via que não crie qualquer tipo de constrangimentos. Nós não pretendemos fazer um investimento tão significativo numa via como esta, e torná-la uma via quase intransitável. Não está previsto condicionar trânsito a pesados. Não está previsto condicionar nada dessas situações (…), e, por isso mesmo, o projetista já apresentou uma proposta de alteração do traçado da Rua do Mosteiro. Eu estou convencido que ele será ainda analisado no curtíssimo prazo e o empreiteiro retomará a implantação dos passeios no curtíssimo prazo para que a obra não tenha nenhum atraso“.

Sobre este tema, Hélder Simões conclui: “Reconhecemos efetivamente parte dessas dúvidas que levantou [dirigindo-se à vereadora Carla Rodrigues] e pedimos ao projetista que refizesse o projeto e depois a seu tempo analisaremos qual a melhor forma. Porque projetos desta natureza não tiveram em conta certamente o histórico e o volume de tráfego deste arruamento”.

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