Os filmes realizados pelos oliveirenses Manuel Matos Barbosa, António Matias (nascidos e criados em Oliveira de Azeméis), e por Manuel Paula Dias (que se casou no concelho) ganharam uma nova vida, e 60 anos depois as obras voltarão a ser exibidas, permitindo assim a que a população tenha a oportunidade em conhecer efetivamente, e de forma gratuita, o trabalho destes senhores da “sétima arte” ligados a Oliveira de Azeméis.
Foram digitalizados, de forma cuidada, quatro filmes destes realizadores que irão estrear-se na primeira noite da primeira edição do Azeméis Film Festival que decorrerá entre os dias 2 de outubro (sexta-feira) e 4 de outubro (domingo) n’ O Cinema, em Oliveira de Azeméis.
São eles “O Moinho” (1963) e “Vidros” (1970) de Manuel Matos Barbosa, “5 Escudos o Metro Cúbico” (1959), de António Matias, e “Decomposição” (1970), de Manuel Paula Dias. A sua exibição está agendada para momentos depois da inauguração oficial do Azeméis Film Festival que acontece sexta-feira, dia 2, pelas 21h00.
Dividindo as suas vidas profissionais entre o comércio e a indústria, o cinema acompanhou estes três realizadores e fizerem deles três companheiros de sempre. Produziram sobretudo documentários, mas também animação e ficção. As suas obras foram várias vezes premiadas em festivais de Cinema em Portugal e no estrageiro, sendo hoje uma referência do cinema português de curta metragem dessa época.
Nos anos 40, Oliveira de Azeméis foi uma referência do meio cinematográfico da região, e foi nesta cidade que o gosto cinematográfico destes três realizadores se formou. Manuel Bastos Barbosa, António Matias e Manuel Paulo Dias, andaram entre os cineclubes da região, mas o de Oliveira de Azeméis, sobretudo, entre troca das revistas francesas de cinema que cada qual ia comprando, e no associativismo que reunia os amantes de produção de um inesperado cinema não profissional.