O cartoonista Ricardo Campus passou por Oliveira de Azeméis onde deu a conhecer os seus “10 anos de caricaturas” na Galeria Municipal Tomás Costa acolhe, em Oliveira de Azeméis.
Nesta exposição estiveram expostas dezenas de caricaturas de figuras públicas, e podemos destacar duas delas. Uma em que o Papa Francisco está em fato de banho, e outra em que o Mário Centeno, Ministro da Economia, equipado a rigor para jogar rugby. Há outras carregadas de humor.
Numa pequena conversa com Azemeis.NET, Ricardo Campus explica como foram criadas algumas das suas caricaturas.
Azemeis. NET – Olá Ricardo. Antes de mais gostava que te apresentasses e que explicasses como surgiu o gosto pela caricatura.
Ricardo Campus – Sou natural da Póvoa de Varzim, tenho 43 anos, formado em desenho técnico industrial pela ETGI, Associação para a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica, desempenhando até à data funções na área de projecto, formação, tecnologias de informação e comunicação. Autor de caricaturas, ilustração e cartoon editorial.
Lembras-te qual foi a primeira caricatura que fizeste?
A primeira, primeira, não sei precisar, mas as primeiras foram nos tempos de escola, durante as aulas. A oferta letiva era péssima, tínhamos uma subcarga horária despropositada, com disciplinas que não deveriam fazer parte em detrimento de outras específicas da área, “artes” e o desinteresse por essas mesmas disciplinas rapidamente surgiu, sendo o tempo ocupado a desenhar em sala de aula, os professores e os colegas de turma.
Nesta exposição mostras o Papa de calção na praia. Qual a tua inspiração para este desenho?
A ideia foi brincar um pouco com os abusos sexuais que existem no seio da Igreja e nem o pato da bóia escapou à inesperada tentativa de aproveitamento.
A ideia foi brincar um pouco com os abusos sexuais que existem no seio da igreja
Ricardo Campus sobre a caricatura do Papa Francisco
E o Mário Centeno a jogar rugby … Qual foi inspiração?
O trabalho do Mário Centeno foi encomendado por um amigo dele, dos tempos de faculdade, em Coimbra. Era o desporto que ambos praticavam e no qual eram igualmente colegas.
O humor é um ponto forte nas tuas caricaturas, certo? Basta ver por exemplo a caricatura do Cavaco Silva com um balão de reforma miserável…
Sim, está sempre presente. Seja por meio do próprio desenho ou por moletas e balões de fala com texto que nos transporta sempre para situações recentes ou episódios hilariantes que a classe política nos proporciona.
Qual a caricatura que te deu mais gozo fazer?
Duas das caricaturas que mais gozo me deram fazer, foi a do Herman José, que tive a oportunidade de a entregar em mão no festival de comédia de Santa Maria da Feira. A outra foi a do Fernando Mendes, encomendada pelo agente dele, para lhe oferecer no aniversário. São duas personagens ligadas ao humor nacional, embora com registos muito diferentes, marcaram muito a minha adolescência e acompanhei grande parte do trabalho de ambos.
Podes explicar este teu foco nas figuras públicas…
Grande parte dos trabalhos com figuras públicas foram trabalhos encomendados por alguém, ou por serem amigos, familiares que queriam oferecer por alguma ocasião especial, ou solicitados por entidades organizadoras de eventos nos quais essas mesmas figuras iriam estar presentes ou participar.
Para efeitos de divulgação, é bem mais rentável a exibição de uma caricatura de alguém que as pessoas conheçam e rapidamente consigam associar e avaliar, do que a divulgação de caricaturas de particulares.
Conta-nos o teu percurso profissional? Onde trabalhas atualmente?
Atualmente tenho o meu próprio negócio, a “Loja das Caricaturas”, que é por enquanto uma loja online onde as pessoas podem encomendar caricaturas, cartoons e ilustrações para as mais diversas utilizações. Iniciei o projecto como profissional da área há 10 anos, e foi um não mais parar desde então.
Os interessados em ter uma caricatura tua o que devem fazer? Qual o valor?
Basta entrarem em contacto, na loja online www.lojadascaricaturas.pt tem todos os contactos disponíveis, email, telefone, redes sociais e através deles podem solicitar um orçamento adequado ao que realmente pretendem. Os valores, dependem de imensos factos, do suporte, do número de pessoas, do tamanho…o ideal é solicitarem sempre um orçamento ajustado à realidade pretendida.
Veja algumas das caricaturas que pode ver até ao dia 30 de novembro na Galeria Tomás da Costa