A aquisição de 80 mil máscaras no mercado internacional foi uma das medidas tomadas pela Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis para ajudar as famílias carenciads no combate ao vírus COVID-19. A encomenda foi feita e adquirida em finais de março, mas passados dois meses o presidente da Câmara Municipal de Oliveira, Joaquim Jorge, assumiu em reunião de executivo camarário que ainda estava à espera das máscaras, explicando todo o processo.
“Em relação às máscaras: Estamos à espera que cheguem. Foram adquiridas no dia 26, ou 27 de março, quando a própria DGS não encarava o uso de máscaras nos espaços públicos, quando não valorizava o uso das máscaras, nós encomendamos as máscaras que na altura eram as máscaras que estavam a ser utilizadas, nomeadamente as máscaras cirúrgicas e as máscaras FFP2. Portanto, encomendamos na altura 80 000 (oitenta mil) máscaras, agora não lhe sei dizer, mas julgo que foi 40/40. Julgo
que serão essas máscaras que nós teremos para disponibilizar”, pode-se ler na ata da reunião de executivo camarário de 14 de maio.
E explicava ainda: “Porque é que entendemos disponibilizar essas máscaras às famílias mais carenciadas? Porque efetivamente isso permite-nos atribuir várias máscaras e ir distribuindo à medida que as pessoas forem precisando. Porque nós não queremos, não achamos que seja razoável que as pessoas não tenham capacidade para disponibilizar dois ou três euros para adquirirem uma máscara reutilizável, as pessoas têm capacidade para o fazer. Naturalmente estou a falar dessas para se protegerem, para cuidarem de si e dos outros. As nossas máscaras serão direcionadas exclusivamente a quem tenha dificuldades. Às pessoas carenciadas. Aliás, como praticamente todas as nossas orientações neste processo COVID, até das medidas de emergência e das medidas de apoio económico e social. Essas máscaras serão distribuídas fundamentalmente a esse tipo de público”.
Nesta altura, Joaquim Jorge era questionada pelos vereadores da oposição o porquê de as máscaras não terem sido encomendadas a empresas do concelho. E explicou: “Elas não foram encomendadas a empresas Oliveirenses porque na altura não havia empresas Oliveirenses a produzir máscaras. Como sabe, esse é um fenómeno relativamente recente quando um conjunto de empresas começaram a readaptar a sua produção para esse tipo de máscaras. Mas não sei se em Oliveira de Azeméis haverá. Sei que uma ou outra empresa estava no processo de certificação das suas máscaras junto do CITEVE – Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário, ou seja, máscaras que sejam seguras para a população. Neste momento nós equacionamos comprar algumas máscaras a empresas da região se elas estiverem inscritas no CITEVE, se reunirem condições, se forem máscaras certificadas para distribuirmos pela população mais carenciada”.
Pouco mais de dois meses depois Joaquim Jorge anunciou que a referida foi cancelada. “As máscaras deviam ter aparecido em tempo útil, e como não foi o caso, optámos por cancelar esta encomenda”, explicou recentemente Joaquim Jorge ao jornal Correio de Azeméis.
“Na altura, fazia sentido porque havia escassez de equipamentos de protecção individual, mas, agora, pela sua utilidade, estamos a distribuir máscaras sociais e reutilizáveis”, acrescentou.
Neste momento não se sabe o número de máscaras efectivas distribuídas pela autarquia. Pelos dados que a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis foi lançando, foram entregues centenas de máscaras pelas várias Juntas de Freguesia do concelho destinadas às famílias mais carenciadas, e foram distribuídas 28 500 máscaras (uma por cada habitação) na última edição da revista VITA, tal como noticiámos aqui.