Desde que foi lançado, em 2013, o Renault Captur tem sido um verdadeiro sucesso, não só em Portugal, mas um pouco por toda a Europa. Espaço interior, inúmeras possibilidades de personalização, ampla oferta de motores e um design cativante, têm sido fatores determinantes para cativar os clientes. Não é, pois, de estranhar que marca aproveita-se o sucesso do Captur para o tornar também no primeiro SUVs compacto híbrido plug-in do mercado.
Exteriormente, esta versão híbrida plug-in distingue-se pelos logótipos “E-Tech Plug-In Hybrid” colocados nos pilares centrais e na zona inferior direita do portão traseiro e pela segunda portinhola lateral traseira. O acesso ao depósito de combustível está colocado no lado esquerdo, enquanto o bocal de carregamento elétrico, com luzes indicadoras do estado de carregamento, está à direita.
No interior, o Captur E-Tech Plug-In Hybrid vem equipado com dois ecrãs de dimensões generosas: o painel de instrumentos digital de 10.2” e o sistema multimédia Easy Link 9.3”. Os dois ecrãs facilitam a compreensão e a gestão dos sistemas de condução. O ecrã do painel mostra a autonomia em modo elétrico, o nível de carga da bateria, o tempo de carregamento necessário, as trocas de fluxos e a recuperação de energia. Para além destes novos menus, o seletor da caixa é específico desta versão e conta com a inscrição E-Tech.
No resto do habitáculo destaque para a qualidade dos materiais, a construção e o espaço, com lugares traseiros reguláveis (16 cm) para libertar mais espaço para os passageiros, ou para a bagageira, que varia entre os 265 litros e os 379 litros de capacidade, uma redução de 157 litros face às versões térmicas. Debaixo do piso temos o espaço organizado de forma a guardar os cabos de carregamento.
CAIXA DERIVADA DA FÓRMULA 1 E DOIS MOTORES ELÉTRICOS
O bloco a combustão é um 1.6 a gasolina (ciclo Atkinson), com 91 Cv e 144 Nn a este juntam-se dois motores elétricos: um de tração, com 67 Cv e 205 Nm, e um segundo com 34 Cv e 50 Nm, contas feitas, são 160 CV de potência combinada (a potência combinada não equivale à soma da potência dos motores). O segundo motor, serve de gerador/motor de arranque, mas assegura também o funcionamento da inovadora caixa de velocidades. Concebida com a ajuda dos técnicos da equipa de F1 da Renault, a caixa multimodo não tem embraiagem, nem sincronizadores, sendo os carretos de dentes direitos, reduzindo assim as perdas por fricção. Com 15 modos de condução, é o segundo motor elétrico que adapta as rotações do motor a gasolina de forma a garantir que as transições sejam o mais suaves possível.
Para poupar peso, e custos, esta caixa, não possui marcha-atrás, sendo o motor elétrico a garantir essa função, o que até é simples, pois o Captur E-Tech arranca sempre em modo elétrico, tanto para a frente como para trás, evitando assim ligar o motor a combustão num dos momentos em que mais gasta. Na teoria parece uma tecnologia complicada, mas na prática não podia ser mais simples, já que este sistema além de ser totalmente automático é também bastante eficaz no seu funcionamento. Basta ao condutor escolher o modo ‘Drive’ ou colocar a alavanca da caixa na posição ‘B’, se quiser recuperar mais energia da desaceleração.Como curiosidade, refira-se que o diferencial desta sofisticada caixa é produzido aqui bem perto, mais propriamente em Cacia.
AO VOLANTE
Com já referimos, o Captur E-Tech arranca sempre em modo elétrico e desde que tenha carga na bateria pode funcionar neste modo até aos 135 km/h. A bateria de iões de lítio, tem 9.8 kWh/400 V de capacidade (7,5 KW uteis) graças à qual a marca do losango anuncia uma autonomia de até 65 km em cidade. Com o carregador de bordo de 3,7 kW, a recarga completa varia entre 3h00 numa Wallbox ou tomada de 16 A e cerca de 5 horas numa tomada caseira.
Com a bateria completamente carregada e a marcar 58 km de autonomia, conseguimos percorrer facilmente 52 quilómetros em modo elétrico. Beneficiando desta ajuda, nos primeiros 100 quilómetros fizemos uma média de 2,4 l/100 km, não muito longe dos 1,5 l/100 km anunciados pela marca. Uma vez esgotada a carga da bateria o consumo de gasolina sobe para a casa dos 5 l/100 km. Se utilizarmos apenas o motor a gasolina, a média ronda os 6 litros. O consumo energético foi de 9.0 kWh/100 km. Para tirar o maior partido deste modelo o ideal será ligá-lo à tomada sempre que possível, evitando assim a utilização do motor de combustão.
A partir do modo Multi-Sense é possível escolher os modos de condução ‘Pure’ (100 % elétrico, com tecla de atalho EV na consola), ‘Sport’ e ‘My Sense’ (personalizável). Caso o condutor pretenda guardar a carga da bateria para uma utilização posterior (em cidade por exemplo), basta carregar no botão ‘E-Save’ que dá prioridade ao motor a gasolina, armazenando ainda energia proveniente deste.
Refira-se que, em andamento, tanto pode funcionar um motor, dois motores ou os três em conjunto. Tudo depende da avaliação que o sistema faz em cada momento. Globalmente, o Captur demonstrou sempre uma boa disponibilidade e prestações convincentes, mesmo que nas retomas (sobretudo em subidas e depois de esgotada a carga da bateria), tenhamos notado algum desfasamento (e ruído do motor 1.6) entre o momento que pisamos o acelerador e a entrega da potência.
Já a condução não é tão dinâmica como nos modelos a combustão, deve-se isto ao peso do sistema híbrido e à diferente taragem da suspensão, privilegiando, em contrapartida, o conforto dos passageiros. A velocidade máxima anunciada é de 173 km/h.
Feitas as contas, há que reconhecer que o Captur E-Tech Hybrid Plug-in se assume como uma excelente opção para quem procura um SUV compacto capaz de andar em cidade ou estrada com custos reduzidos. Mas a tecnologia ainda tem um preço elevado e neste caso são cerca de €33.500. Se o cliente for uma empresa ou empresário em nome individual as contas já são outras, pois as vantagens fiscais (dedução de I.V.A e redução na tributação autónoma, por exemplo) tornam o preço do Captur E-Tech bem mais atraente.
O Renault Captur E-Tech Hybrid está disponível para ensaio no concessionário Entreposto A.Fontes (www.entrepostoauto.pt/marcas/renault) em Aveiro, Santa Maria da Feira e Oliveira de Azeméis.