Sexta-feira, 19 de Abril de 2024
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Cláudio Silva, jogador da UD Oliveirense, refugia-se nos treinos para não pensar no pior

A página de Instagram da UD Oliveirense têm uma nova rubrica, o Passe de Letra, onde os jogadores de futebol têm entrevistados para contarem a sua realidade durante este tempo de isolamento social. Cláudio Silva, de 21 anos, é jogador da UD Oliveirense mas nesta época estava emprestado à equipa do Cesarense, equipa satélite da principal equipa do nosso concelho. Até a bola parar o avançado já tinha apontado nove golos e trabalhava arduamente em cada semana para despertar a atenção do treinador Pedro Miguel para assim ter uma oportunidade na equipa principal da UD Oliveirense.

Cláudio Silva está enclausurado na sua casa em Ovar, um dos concelhos mais fustigados pelo vírus COVID-19. Na entrevista conduzida pelo diretor de comunicação da UD Oliveirense, desabafou sobre a sua realidade atual no concelho vizinho: “Não esperava que acontecesse o que está a acontecer aqui. Torna-se difícil sair à rua para respirar ar puro. Até isso já nem é permitido. Ficamos em casa, resguardados“.

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O avançado da UD Oliveirense segue diariamente um plano de treino, e encontrou nos exercícios físicos a sua escapatória. O seu começa com um “pequeno almoço à atleta”, segue-se o treino, e depois vem o sagrado “almoço da avó”. De tarde volta ao exercício físico. E espaço não lhe falta. Tem a casa apetrechada com o necessário para os seus treinos, e ainda o pode treinar no grande quintal da avó que mora mesmo ao seu lado.

Os treinos, confessou na rubrica Passe de Letra, servem para manter a cabeça ocupada. “Assim evito de entrar em ansiedade e pensar em coisas que toda a gente já pensou. Eu também já pensei. Será que vou ter o vírus, será que não vou ter. Será que se eu tiver o vírus vou morrer”, desabafa.

A mãe heroína

Neste momento Cláudio Silva vê-se privado da companhia da namorada que mora fora do concelho de Ovar, e vive com a realidade de a progenitora estar a trabalhar ao pé de um grupo de risco. “A minha mãe trabalha com idosos, está a cuidar de cinco pessoas. É uma heroína porque coloca a sua vida em risco para estar com quem, infelizmente, não pode ter a companhia dos seus nesta altura. O que mais me afeta, o que me corrói por dentro, é que, às vezes, há filhos que deixam os seus pais ao abandono“, aponta.

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