A Irmã Conceição, ou Irmã da Mota como era carinhosamente tratada, faleceu na noite do dia 2 de outubro. Natural de Porto de Mós, Leiria (20 dezembro 1930), chegou a Cucujães para integrar a Comunidade das Filhas da Caridade em maio de 1971, tendo sido enfermeira na unidade de saúde local entre 1976 e 2000. A sua dedicação aos mais vulneráveis numa vida foi reconhecida em 2009 pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, com o grau Comendador da Ordem da Instituição Pública.
O município de Oliveira de Azeméis decretou luto municipal pelo falecimento (o funeral acontece esta sexta-feira, dia 4 de outubro, pelas 13h30, na Igreja Matriz de São Martinho, Cucujães), sublinhando “o seu compromisso com a enfermagem, o cuidado com os mais vulneráveis e a dedicação ao Evangelho” que refletem uma vida de serviço e amor ao próximo. “A sua imagem a levar ajuda e consolo, simboliza bem o espírito incansável e generoso”, acrescenta a autarquia em nota de pesar publicada nos meios sociais.
“O legado da Irmã Conceição continuará vivo nos corações daqueles que tiveram a sorte de conhecê-la e aprender com a sua sabedoria e fé. Que seja lembrada com gratidão e carinho por tudo o que fez e representa para aqueles que foram tocados pela sua bondade e dedicação”, acrescenta a autarquia.
De motorizada pelas casas das pessoas
O ex-presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, Hermínio Loureiro, recorda que “bem cedo, com a sua pequena motorizada, percorria as casas das pessoas de Cucujães que menos posses tinham e que mais precisavam de apoio”.
“Era uma mulher generosa, uma mulher que irradiava alegria, era um exemplo para as pessoas. Alguém que abraçou o percurso de estar junto a Deus, como Irmã Missionária e depois foi um exemplo para todos”, acrescenta.
O antigo autarca destaca ainda a paixão da Irmão Conceição pela sua missão. “A sua presença física era sempre marcante. Era alguém com uma paixão em tudo aquilo que fazia. A Juventude de Cucujães, olhava para a Irmã Conceição como uma pessoa marcante, idolatravam pela forma simples como ela fazia tudo. Era uma mulher com uma simplicidade desconcertante, mas marcante em todos os atos que praticava”, concluiu.
“Uma pessoa com olhar atento”
A Juventude Mariana Vicentina de Cucujães marcou o dia triste, em especial para esta organização, pela partida da Irmã Conceição, enfatizando a “pessoa com olhar atento, que marcou gerações com o seu cuidado inconfundível, através do exercício da Enfermagem e do serviço aos mais necessitados”.
Os elementos da JMV de Cucujães revelam que “ao ir para Lisboa, nunca deixou de se preocupar com o nosso grupo e com a nossa paróquia. Foram muitas as cartas que enviou e as chamadas que fez para muitos dos nossos jovens”. Realçam também “um exemplo de fé e caridade para todas as pessoas que privaram consigo e que tiveram o prazer de ouvir as suas palavras sábias e sentir de perto o seu afeto”.
Na hora do adeus, a Juventude Maria Vicentina de Cucujães lembram as palavras da Irmã Conceição: “Sem compromisso, não há fé, sem serviço, não há Igreja!”.