O diretor desportivo equipa de ciclismo da Kelly/InOutBuild UD Oliveirense tinha revelado ao Azeméis.NET, quando o país estava a desconfinar, que havia 50% de hipótese da Volta a Portugal em bicicleta ir para a estrada este ano (ler aqui). Em conversas mais recentes que fomos mantendo com Manuel Correia ele avançava que a equipa já tinha voltado à estrada com foco na prova e que haveria 90% de possibilidade de a Volta a Portugal ser uma realidade. Deixava apenas 10% de margem para o insucesso. Mas foi mesmo a probabilidade de 10% que acabou por ganhar no campeonato da realidade. Tudo porque o presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo disse que a não autorizava a passagem da prova rainha do ciclismo português pelo seu concelho quando ainda nem se sequer sabia o calendário oficial.
A principal prova velocipédica lusa, prevista de 29 de julho a 09 de agosto, foi adiada para data a determinar ainda em 2020, devido à pandemia de covid-19, numa decisão conjunta da organizadora Podium Events e da Federação Portuguesa de Ciclismo.
Este adiamento da 82.ª edição da Volta a Portugal em bicicleta veio baralhar as contas (literalmente) da equipa de ciclismo da UD Oliveirense, uma vez que esta prova permitia um bom encaixe financeiro através de patrocinador. Manuel Correia, citado pela agência Lusa, considera esta decisão como “rude golpe” que afetou “de forma desprevenida” um pelotão “completamente desiludido”.
O diretor desportivo da equipa oliveirense desabafa mesmo que desconhece “até quando conseguirá aguentar financeiramente” a estrutura do emblema de Oliveira de Azeméis. Manuel Correia apela à realização do evento “em setembro ou outubro”, esperando que “as pessoas tenham noção de que está em causa uma classe importante”, que extravasa o ciclismo profissional.
O calendário velocipédico será retomado no próximo dia 5 de julho, com uma prova de reabertura em Anadia, onde haverá um contrarelógio individual no centro de alto rendimento de Anadia, em Sangalhos, como parte integrante da Taça de Portugal.