Domingo, 24 de Novembro de 2024
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Hipertensão arterial é o fator de risco isolado mais importante e significativo para a mortalidade

> Literacia em Saúde por Fernando Pinto, Coordenador de Cardiologia na Clínica CUF S. João da Madeira.
Fernando Pinto, Coordenador de Cardiologia na Clínica CUF S. João da Madeira
Fernando Pinto, Coordenador de Cardiologia na Clínica CUF S. João da Madeira

Um recente relatório da Organização Mundial de Saúde reafirma a ideia que a Hipertensão Arterial (HTA) é o fator de risco isolado mais importante e significativo em todo o mundo para a mortalidade, para a mortalidade precoce (antes dos 70 anos) e para a redução dos anos de vida com qualidade, isto é, sem doenças limitantes.

Neste documento, destacam-se alguns aspetos relevantes sobre a HTA:

  1. é uma doença muito prevalente: pelo menos 1 em cada 3 adultos em todo o mundo tem HTA; em Portugal são mais de 4 em cada 10 adultos as pessoas com HTA;
  2. o diagnóstico da HTA é muito fácil e baseia-se na medição da pressão arterial utilizando equipamentos amplamente disponíveis (presentes em todos os centros de saúde, farmácias, clínicas, etc) usando uma técnica muito simples, não invasiva, cada vez mais facilitada porque muitos dos equipamentos fazem essa medição de forma automática, estando já presentes em muitos lares de Portugal;
  3. no entanto cerca de 1 em cada 4 doentes com HTA desconhecem que têm a doença;
  4.  uma percentagem significativa (mais de 40%) dos doentes hipertensos não tem a sua pressão arterial controlada (mesmo nos doentes que sabem ter HTA).

A melhoria do controlo da pressão arterial é pois um imperativo de saúde pública, sendo uma medida prioritária para a melhoria da qualidade e da quantidade de vida dos portugueses, para a qual é fundamental um esforço concertado dos profissionais de saúde e dos doentes (e de toda a comunidade) devendo assentar em 3 pilares fundamentais:

  1. diagnóstico correcto e precoce: medindo regularmente a pressão arterial e na presença de valores elevados (superior a 140/90 mmHg) procurar o médico assistente para confirmar o diagnóstico, utilizando, se necessário exames complementares;
  2. adoção de estilos de vida saudáveis: (isto é uma alimentação rica em legumes e fruta, com pouco sal e com baixo teor calórico e de gorduras, a prática de exercício físico regular, a abstenção de álcool e tabaco e a correcção do excesso de peso/obesidade se existirem) para prevenir e/ou atrasar a HTA e uma vez estabelecida para tornar mais fácil o seu controlo (com menor número e ou menor dosagem de medicação);
  3. instituição atempada do tratamento farmacológico e a sua manutenção: de forma a prevenir ou atrasar a progressão da doença e as suas graves consequências; actualmente estão disponíveis múltiplos medicamentos para o tratamento da HTA que, além de eficazes, são praticamente desprovidos de efeitos laterais indesejáveis, pelo que o médico assistente poderá escolher aquele ou aqueles que melhoram se adequam a cada doente individual.
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