O presidente da CM Porto, Rui Moreira, afirmou recentemente que alguns dos municípios mais pequenos “não são metropolitanos” e não deviam integrar a região da Área Metropolitana do Porto (AMP). Contudo, nunca mencionou concretamente de que municípios se estava a referir. Sérgio Humberto, presidente da Câmara Municipal da Trofa, revela agora, em entrevista ao Jornal de Notícias, que “provavelmente, os municípios a que se estão a referir é Arouca, Vale de Cambra, Santa Maria da Feira, Oliveira de Azeméis e S. João da Madeira, todos do distrito de Aveiro”.
O autarca que concedeu uma entrevista a propósito dos 25 anos do concelho da Trofa afirma-se mais preocupado “quando o presidente do Conselho Metropolitano [Eduardo Vítor Rodrigues] alinha nisso”. Sérgio Humberto recorda os primórdios da criação da AMP. “Quando foi constituída a AMP, era preciso ter alguns territórios de baixa densidade e com fracos rendimentos para sermos um território de coesão para aceder aos fundos europeus”, disse ao Jornal de Notícias.
E é mais uma voz, a par de Emídio Sousa, presidente da Câmara Municipal da Feira, a evidenciar a falta de coesão dos municípios pertencentes à AMP. “Infelizmente, a AMP está a passar por um período mau, de falta de coesão e de solidariedade”, afirma ao Jornal de Notícias. E esta realidade acarreta riscos. “A AMP corre o risco de deixar de ser um território de coesão em futuros quadros comunitários. Nós não podemos querer sol na eira e chuva no nabal. Devemos trabalhar a 17. Eu até sou a favor de alargar a AMP. Famalicão é um bom exemplo, tal como Paços de Ferreira”, conclui.