Domingo, 24 de Novembro de 2024
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Pena suspensa para jovem que agrediu colega em 2018 na Escola Dr. Ferreira da Silva

> O agredido ficou com sequelas permanentes ao nível da fala e da mobilidade. Agressor condenado a pagar indemnizações que ascendem a mais de 350 mil euros.
O pavilhão da Escola Dr. Ferreira da Silva, em Cucujães, teve de ser encerrado
O pavilhão da Escola Dr. Ferreira da Silva, em Cucujães, teve de ser encerrado

O Tribunal de Santa Maria da Feira condenou a quatro anos de prisão suspensa um jovem de 22 anos por ter agredido violentamente um colega, em 2018, na Escola Dr. Ferreira da Silva, em Cucujães. Segundo o acórdão, divulgado esta sexta-feira pela agência Lusa, o jovem foi absolvido do crime de omissão de auxílio, mas foi condenado por um crime de ofensa à integridade física grave, na pena de quatro anos de prisão, suspensa por igual período.

A suspensão da pena ficou condicionada a regime de prova e à obrigação de o arguido entregar ao ofendido 100 euros por mês até perfazer os 340 mil euros por conta da indemnização concedida, uma vez que tribunal julgou parcialmente procedente o pedido de indemnização cível deduzido pelo ofendido por danos patrimoniais e não patrimoniais.

O agressor foi ainda condenado a pagar a cada um dos pais da vítima uma indemnização total de 15.900 euros e cerca de 385 euros de despesas hospitalares.

A história de uma agressão

Os factos ocorreram a 30 novembro 2018, cerca das 08:40, junto à paragem do autocarro situada frente à Escola Secundária Dr. Ferreira da Silva, em Cucujães. De acordo com os factos dados como provados, relata a agência Lusa, o arguido e o ofendido, que na altura tinham 17 anos, discutiram e envolveram-se fisicamente numa troca de “empurrões mútuos”.

Depois disso, o arguido “desferiu pelo menos dois socos e duas joelhadas na zona da cara/cabeça do ofendido, assim como lhe desferiu pontapés em várias partes do corpo vários murros e pontapés na cabeça e em outras partes do corpo, quando este já se encontrava caído no chão”.

“Na sequência destas agressões, o ofendido ficou prostrado, não conseguindo levantar-se e começou a perder a consciência e os sentidos“, refere o acórdão.

Após a contenda, o arguido abandonou o local junto à paragem de autocarro e dirigiu-se para o interior da escola sem antes prestar qualquer auxílio, nem chamar socorro médico, ao ofendido.

Algumas pessoas que estavam presentes e assistiram aos factos chamaram os bombeiros que prestaram os primeiros socorros e transportaram o jovem para o Hospital de Santa Maria da Feira, donde foi transferido para o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, onde deu entrada já em coma.

Resultou ainda provado que o ofendido sofreu um traumatismo crânio encefálico e cervical seguido de Acidente Vascular Cerebral (AVC), tendo ficado com sequelas permanentes ao nível da fala e da mobilidade.

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