A comunicação social esteve no centro de discussão durante este mês de outubro depois das provocações do primeiro-ministro, sobre as informações sopradas aos jornalistas através de auriculares. Foi uma guerra escusada comprada por Luís Montenegro contra os jornalistas, num dia que até trazia boas notícias para a comunicação social em geral, e para os jornais locais em particular. Boas notícias para uma área que enfrenta uma crise enorme há vários anos.
Os editores dos jornais locais ficaram a saber em primeira mão, numa reunião com o ministro com a tutela da comunicação social, Pedro Duarte, antes das propostas serem apresentadas em Conselho de Ministros. Numa primeira análise, as propostas apresentadas são muito mais do que um balão de oxigénio. Irá ajudar à sustentabilidade de muitos órgãos de comunicação social locais que prestam diariamente verdadeiro serviço público, e cujo papel é difícil substituir, e que têm grande relevância nas comunidades.
Havendo esta ideia clara na cabeça dos nossos governantes, é necessário do que mais do que palavras haja ação concreta. E, na verdade, o governo Luís Montenegro Irá fazer apenas cumprir a lei na publicação de anúncios das obras financiadas por fundos europeus. Não sendo uma decisão transcendente, torna-se muito importante para os meios de comunicação.
O apoio aos jornais locais tem de envolver mais atores políticos. Os jornais de Oliveira de Azeméis ouviram o vice-presidente, Rui Luzes Cabral, dizer claramente que o concelho tem uma dívida para a comunicação social oliveirense. É bom ouvir isto, mas seria justo que o poder local apoiasse efetivamente quem divulga a atualidade e atividade do concelho, e a dinâmica do seu movimento associativo.
A comunicação social local merece ser olhada como o executivo olha para todas as coletividades do concelho. Porque é que, tal como acontece, e bem, com o movimento associativo, a autarquia não estipula uma verba anual para quem faz serviço público em prol da comunidade?