A população oliveirense tem demonstrado a sua revolta com o aumento do preço da fatura da água devido à subida de algumas das taxas que compõem a totalidade do valor a pagar, como é o caso das taxas variável e fixa do abastecimento de água, da taxa fixa e variável RSU (Resíduos dos Sólidos Urbanos).
Só no primeiro trimestre deste ano ano houve dois aumentos das taxas (janeiro e março), sendo que o último aumento foi em plena pandemia causada pelo vírus COVID-19 que levou um grupo de oliveirense criarem um espaço no Facebook intitulado Água Acessível a Todos os Oliveirenses (aceder através deste link) cujos membros têm feito ecoar o “brutal” de aumento de água.
A contestação dos oliveirenses, aliado a uma política de solidariedade do município oliveirense em tempos de pandemia, fez com que o executivo camarário recuasse no aumento de um das taxas, a de saneamento que foi imposta por Associação de Municípios de Terras de Santa Maria (AMSTM), tal como Joaquim Jorge explicou recentemente em conferência de imprensa que pode (re)ver neste link.
Entretanto o PSD de Oliveira de Azeméis, através do seu presidente Nuno Pires, faz notar que a redução terá um impacto pouco significativo nas facturas dos oliveirenses que terão direito ao desconto, e que mais de metade da população do concelho irá continuar a sentir a factura da água a pesar na carteira ao final do mês. Ou seja, na prática pouco ou nada muda para a maioria dos habitantes no concelho de Oliveira de Azeméis.
“Para quem não tem saneamento, este recuo de ontem não tem impacto nenhum na sua factura, mantendo-se todos os aumentos que sentiram em janeiro e em março”, começa por dizer o presidente da concelhia laranja.
Na mesma conferência de imprensa em que anunciou a redução da taxa de saneamento, Joaquim Jorge revelou que a cobertura da rede de saneamento é de 40% (e da água é de 70%). Portanto, há 60% da população oliveirense que não terá desconto na fatura, e continuará a sentir os aumentos das outras várias tarifas.
Nuno Pires fez as contas e resume. “Simples, deixamos de ter um aumento de 24% para termos ‘apenas’ um aumento de 10%, isto para quem tem saneamento”, diz. “Contudo, não deixo de considerar importante esta redução pois beneficia os oliveirenses“, acrescenta.
Vamos a um caso prático. Publicamos agora uma fatura com as taxas idênticas que a maioria dos oliveirenses continuará a receber em sua casa.
A fatura que apresentamos tem um valor total de 12,08 €, mas analisemos apenas o aumento nas várias parcelas em janeiro de 2020. A tarifa fixa de abastecimento de água passou de um valor de 0,1463 €/valor unitário em dezembro de 2019 para 0,1472€ em janeiro de 2020, a tarifa variável de abastecimento de água passou de 0,5585€/valor unitário no primeiro escalão e de 0,15167€ para 0,1524€ no segundo escalão (são este dois escalões que são apresentados a grande parte da população). Estes aumentos são todos imputados pela Indáqua.
Depois há ainda a acrescentar as tarifas do município. A Taxa Variável RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) passou dos 0,2256 €/valor unitário em dezembro de 2019 para 0,3769€/valor unitário em janeiro de 2020 e a Taxa de Gestão de Resíduos que aumento de 0,0489 €/valor unitário para 0,0568€/valor unitário em janeiro de 2020.
E em março os valores das várias tarifas, quer associadas a Indáqua quer associadas ao município, voltaram a subir, encarecendo a fatura da água para os valores atuais…