A nova ETAR do Pinheiro da Bemposta foi inaugurada no dia 28 de outubro pelo secretário de Estado do Ambiente e da Energia, Emídio Sousa. Trata-se de um investimento de 930 mil euros, financiado pelo programa POSEUR, e permitirá servir 2960 habitantes desta unidade de território, fazendo disparar a taxa de cobertura da freguesia dos 2,2% para os 72,9%.
Em paralelo à ETAR, Pinheiro da Bemposta também dispõe agora de uma nova rede de drenagem de águas residuais, cuja estrutura custou cerca de 1,7 milhões de euros.
65% de taxa de saneamento
A inauguração desta obra dá por praticamente concretizado o plano de investimento na ordem dos 10 milhões de euros para a expansão da rede de cobertura de água e saneamento apresentado pela autarquia no mandato iniciado em 2021. Foi assim cumprido este que foi considerado pelo executivo camarário como “um desígnio estratégico”, que permitiu levar nos últimos 3 anos, as redes de águas residuais e o abastecimento de água, a mais de 9000 habitantes das freguesias de: Fajões, Madail, Santiago de Riba Ul, Oliveira de Azeméis, Pinheiro da Bemposta, Palmaz, Ossela, Macinhata da Seixa e Cesar.Para o Presidente da Câmara Joaquim Jorge, “este ciclo de investimento é fundamental para a melhoria da qualidade de vida dos Oliveirenses, para a preservação do meio ambiente e para o desenvolvimento do nosso território”.
A inauguração da nova ETAR do Pinheiro da Bemposta foi o momento para dar relevo ao marco de crescimento da rede de água e saneamento. “Em 2017 nós elegemos como desígnio estratégico para o futuro do concelho a resolução do problema da rede de água e saneamento. Desde então, temos feito um conjunto de investimentos expressivos, em larga medida provenientes do Orçamento Municipal, para alavancarmos esta realidade e para procurar que no final deste ano tenhamos 65% de taxa de cobertura”, afirmou o presidente a Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, Joaquim Jorge, durante a cerimónia de inauguração.
Uma realidade que envergonha Portugal
Aproveitando a presença do secretário de Estado do Ambiente e da Energia, Emídio Sousa, um governante que tão bem conhece o território do Entre Douro e Vouga, o presidente da autarquia oliveirense deu conta dos investimentos que estão no plano de ação do seu executivo municipal, tal como a construção de uma nova ETAR em Pindelo, bem como o aumento da rede de saneamento nas freguesias de Carregosa e Pindelo, e apelou ao apoio e solidariedade do Governo.
“Os nossos problemas não se resumem apenas à rede baixa, temos também problemas na rede alta, e precisamos de investimentos profundos. Senhor secretário de Estado é nesta dupla dimensão que o Governo tem de estar presente. Aquilo que peço é que este problema passe a ser também um desígnio nacional. Não pode ser só um desígnio regional. O Governo tem de encarar este problema com toda a seriedade e com toda a responsabilidade”, pediu Joaquim Jorge.
Para dar força ao pedido, edil oliveirense argumenta: “O município de Oliveira de Azeméis tem sido durante muitos anos um contribuinte ativo para a produção da riqueza nacional, para o desenvolvimento da economia do país. Aquilo que pedimos é que nos seja devolvido uma pequena parte para que possamos resolver este problema grave de saúde pública, mas é também um problema ambiental gravíssimo, e é um problema que afetava de sobremaneira a competitividade do nosso território”.
Já no final do discurso, Joaquim Jorge, deixou uma mensagem para que Emídio Sousa compartilhasse com os seus colegas de Governo. “Gostaria que levasse daqui uma mensagem muito forte da nossa determinação em não desistirmos, vamos continuar a lutar para resolver este problema no nosso concelho, mas naturalmente para termos sucesso neste combate precisamos do apoio e solidariedade do Governo para erradicar um problema que existe em pleno séc. XXI em muitos dos concelhos do nosso país, e, muito sinceramente, é uma realidade que envergonha Portugal”, afirmou.
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Verbas escassas para o saneamento
O secretário de Estado do Ambiente e da Energia, Emídio Sousa, congratulou o município oliveirense pelo investimento realizado, e mostrou o seu agrado uma vez que “Oliveira de Azeméis tem indicadores de águas residuais muito aquém do que é exigido”.
“É necessário melhorar muito significante este serviço. Vejo com muito agrado este investimento, mais os outros que senhor presidente anunciou”, afirmou o governante, recomendando passo acelerado na apresentação dos projetos de execução uma vez que as verbas dos fundos comunitários para estas obras são cada vez mais escassas.
“O grande investimento em saneamento foi há 20 ou 30 anos e aí tínhamos um grande volume de dinheiro que vinha da Europa e que permitia fazer estes investimentos. Isto foi diminuído ao longo do tempo, e esta verba que está no atual quadro comunitário só está nos quadros regionais, e já uma verba escassa, embora eu entenda que os municípios que conseguirem ter projetos para arrancar com as obras, há sempre a possibilidade de reforçar a verba. Nos quadros comunitários há sempre o overbooking que geram umas hipóteses muito significativas”, alertou Emídio Sousa.