O abatimento da plataforma rodoviária do Itinerário Complementar (IC) n.º 2 em Águeda, no distrito de Aveiro, na noite de terça-feira, vai obrigar os automobilistas a fazer um desvio de quase 50 quilómetros durante vários meses.
Em comunicado, a Infraestruturas de Portugal (IP) refere que para permitir o início da obra o mais rapidamente possível, será contratada uma empreitada em regime de conceção/construção, no âmbito de um procedimento com caráter de urgência a promover já nas próximas semanas.
A empresa não avança qualquer prazo para o início dos trabalhos, nem para a conclusão dos mesmos, adiantando apenas que o corte de tráfego neste troço que liga Águeda a Albergaria-a-Velha “irá ainda prolongar-se”.
Como alternativa, a IP recomenda que o trânsito seja desviado para Aveiro através das estradas nacionais EN333, EN235, EN109 e EN16, num percurso de cerca de uma hora, que implica um desvio de quase 50 quilómetros.
Em declarações à Lusa, fonte da empresa referiu que esta é a melhor alternativa possível, sem contar com a utilização de autoestradas e evitando as estradas municipais que não têm capacidade para suportar o tráfego pesado.
A IP refere ainda que o “escorregamento das terras terá sido causado pela saturação dos solos na envolvente da plataforma”, que provocou o seu colapso, estando a ser estudada uma solução para resolver o problema que envolve a execução de “uma intervenção de grande dimensão”.
Os trabalhos a desenvolver, de acordo com a empresa, deverão incluir a escavação do material escorregado e descomprimido, a reconstrução do aterro com pé de entrocamento, a reformulação integral do sistema de drenagem e a execução de drenos transversais profundos.
O IC2 está cortado ao trânsito nos dois sentidos na zona de Águeda desde a noite de terça-feira, na sequência de um aluimento de terras que provocou uma cratera gigante naquele troço.
O presidente da Câmara de Águeda, Jorge Almeida, que acompanhou a situação desde a primeira hora, tendo até assistido ao colapso de parte da estrada, mostrou-se apreensivo, devido ao facto de este ser um dos principais eixos rodoviários do país, com um fluxo de tráfego muito grande.
“Estamos numa zona difícil, já muito próxima da Ponte do Vouga, onde a orografia do terreno é complexa e todos os arruamentos, que agora servem de alternativa, são vias locais que não suportam o trânsito que é normal nesta zona, principalmente de pesados”, salientou o autarca.