A maior surpresa das últimas eleições autárquicas foi a conquista de sete das 12 Assembleias de Freguesia no concelho de Oliveira de Azeméis. Joaquim Jorge, reeleito presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis com um resultado histórico, assumiu isso mesmo em entrevista ao Azeméis.Net. “Não esperávamos um resultado tão expressivo nas freguesias”, disse. Nesta surpresa inclui-se a vitória histórica na freguesia de Carregosa, que era até estas eleições um forte bastião dos partidos de direita. Constança Melo, a candidata vencedora, também assumiu na noite eleitoral que não estava à espera da vitória, e que sempre pensou que a vitória iria ser Ana Almeida, a candidata da coligação “Pelas Pessoas”
Nunca o PS de Oliveira de Azeméis tinha conquistado tantas freguesias no concelho. O facto a coligação “Pelas Pessoas” ter optado pela falta de comparência às urnas em um terço do território (Fajões, São Martinho da Gândara, Cesar, e na União de Freguesias do Pinheiro da Bemposta, Travanca e Palmaz) pode explicar parte destes resultados.
Há mais dois recordes a ser assinalados. António Marques, do PS, conquistou São Martinho da Gândara com 88,81% dos votos. Concorreu sem opositores. Nestas eleições teve apenas como adversários a abstenção, os votos brancos e os votos nulos. E mesmo assim ganhou. Teve mais votos do que há quatro anos, mesmo com a subida da abstenção. Já em Fajões, uma freguesia que só deixou de ser social-democrata há quatro anos, Óscar Teixeira, do PS, foi o candidato com oposição que teve o melhor resultado. Obteve 77,15% dos votos.
Coligação PSD/CDS-PP mantém poder em três freguesias
A coligação PSD/CDS-PP apenas cantou vitórias nas freguesias cujas candidaturas foram protagonizadas por candidatos repetentes e que já eram poder: Florbela Silva, em Macieira de Sarnes, José Santos, em Ossela, e José Queirós, em Loureiro. Nas duas primeiras freguesias os resultados foram mais renhidos, tendo a coligação PSD/CDS-PP ganho as candidaturas do PS apenas por 23 e 33 votos, respetivamente; já em Loureiro a vitória foi esmagadora para José Queirós, tendo inclusivamente subido o número de mandatos (de cinco em 2017 para sete em 2021).
Concelho passa a ter dois presidentes independentes
Cesar tem sido gerido, durante os últimos 24 anos, por grupos de independentes, e durante os próximos quatro anos continuará a ser o independente Augusto Moreira, que cumprirá o seu terceiro mandato, a conduzir os destinos da freguesia. Nestas eleições teve menos percentagem de votos (67,44) do que em 2017 (73,88%), e perdeu um mandato. Os Independentes por Cesar passaram a ocupar sete lugares da Assembleia de Freguesia.
Susana Mortágua, que há quatro anos foi eleita como presidente da União de Freguesias do Pinheiro da Bemposta Travanca e Palmaz pelo CDS-PP, concorreu este ano como independente, encabeçando a lista Juntos Pela Nossa União, e teve uma vitória contundente. Conquistou mais 680 votos do que há quatro anos (de 1 397 para 2 080), e mais cinco mandatos (passou a ter 11 em vez de 6).
As conquistas do Bloco de Esquerda, CHEGA e CDU
Estas eleições autárquicas ficam também na história por pela primeira vez haver cinco partidos representados nas Assembleias de Freguesia do concelho. O Bloco de Esquerda concorreu pela primeira vez em Cesar e conseguiu eleger Simão Magalhães para a Assembleia de Freguesia, e manteve Helena Oliveira na União de Freguesias do Pinheiro da Bemposta Travanca e Palmaz. Foi nesta União de Freguesias que o Chega elegeu o seu único representante – Elisabete Marques – em Assembleias de Freguesia. Já a CDU elegeu António Rocha para Assembleia de Freguesia de Fajões, e Rosa Alves, em Cesar.