Quarta-feira, 11 de Dezembro de 2024
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Quinta do Côvo/Fábrica do Vidro inicia caminho para classificação de património cultural

> Aqui nasceu a tradição vidreira e o local chegou a servir de inspiração para o escritor Eça de Queirós.

A Câmara Municipal irá remeter à Direção-Geral do Património Cultural, I.P , após o processo ter sido aprovado por unanimidade em reunião de executivo municipal, o requerimento inicial de abertura do procedimento de classificação como sítio de interesse público da Quinta/Fábrica de Vidro do Covo, em São Roque para que a entidade se pronuncie sobre a validade desta pretensão.

Este passo torna-se relevante, sublinha o vice-presidente da autarquia, Rui Luzes Cabral, pelo caminho que o município está a fazer no vidro, referindo-se à candidatura da “Tradição Vidreira e a Evolução Industrial” a Património Cultural Imaterial da UNESCO.

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 “Este é um espaço muito importante na Quinta do Côvo que convém salvaguardar e classificar é também dignificar o espaço, dar-lhe uma maior importância. Não tenho dúvidas que será classificado de interesse público nacional. Queremos preservar essa memória do saber fazer”, afirmou Rui Luzes Cabral.

Início do vidro e Inspiração de Eça de Queirós

Foi nesta Quinta que se instalou, no século XVI, uma das oficinas de vidro mais antigas do país, devido ao facto de aí haver todas as matérias-primas necessárias ao fabrico do vidro. A “Fábrica de Vidros do Côvo” funcionou durante quatro séculos, sendo a fábrica que teve maior período de laboração, tendo sido desmantelada na primeira metade do século XX.

Segundo a basta bibliografia publicada sobre o tema, remontaria pelo menos a 1528 a data da concessão de privilégios para o fabrico do vidro a Pero Moreno Fernandes, por D. João III. A documentação refere que a fábrica teria tido dois fornos em funcionamento, em finais do séc. XVIII.

Por esta quinta passou, no século XIX, o escritor Eça de Queirós, dadas as ligações familiares que
uniam a família da esposa à família dos Castros e Lemos, tendo a frequência da mesma servido de inspiração para a construção de alguns personagens e espaços, dos seus romances “A Capital” e “A Ilustre Casa de Ramires.

Atualmente todo o edificado encontra-se em condições razoáveis de conservação. Até ao ano de 2018 foi residência permanente de um dos sócios da Sociedade Agrícola Quinto do Covo. A Quinta foi entretanto vendida e tem tido uma ocupação ocasional.

+ Ler ainda: Azeméis tem 11 imóveis e um sobreiro como património cultural classificado


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