O Pão de Ul e as padeiras que o confecionam foram o foco central na edição da 24.ª edição do Mercado à Moda Antiga. A autarquia quis homenagear quem produz um dos produtos mais conhecidos e saborosos do nosso concelho. Desde o início que foram publicados testemunhos de várias padeiras (e também padeiros) nas redes sociais da autarquia, e nos dois dias do certame tiveram lugar de destaque.
O stand da APPUL – Associação de Produtores do Pão de Ul esteve instalado no Largo da República, o epicentro do evento. Foram de lá que saíram várias centenas de pães de Ul e regueifas. “Vendeu-se muito bem. As pessoas gostam. Ainda por cima quentinhos, os pães vendem-se todos”, disse Lurdes Resende, presidente da associação, ao nosso jornal. Durante os dois dias tiveram uma pequena ajuda dos mais novos.
Várias crianças quiseram colocar a mão de usa e produzirem Pão de Ul e também a Regueifa Doce de Ul. As oficinas de produção desta iguaria teve uma grande adesão, mas mesmo assim não convenceu a presidente da APPUL que o futuro da iguaria esteja assegurado. “Isto é uma brincadeira. Os meninos gostara muito da experiência, mas eu gostava que tivessem vindo também meninos mais crescidos para despertarem o gosto por esta atividade”, confessa Lourdes Resende ao nosso jornal.
A padeira e dirigente associativa lamentou, na inauguração do certame, que os mais novos se mantenham arredados da confecção do Pão de Ul, produtos genuínos do concelho que são assegurados neste momento por apenas três dezenas de padeiras que usam técnicas ancestrais.
Lourdes Resende diz que os mais novos não devem recear a dureza desta profissão, porque afinal todas as profissões têm as suas dificuldades, fazendo notar, porém, que o Pão de Ul tem uma grande aceitação na região, tal como foi provado – como fosse preciso – com o movimento que o stand da APPUL teve durante os dias do Mercado à Moda Antiga.
Sobre a homenagem de que as padeiras foram alvo, Lurdes Resende mostrou gratidão por tal distinção, afirmando também que esta ato da autarquia oliveirense honra as tradições da terra e a história de vida dos antepassados.
2 respostas
Penso que todos nós devemos ter algum cuidado com as nossas afirmações. Comparar as dificuldades das vidas das padeiras de hoje com as colegas de há 70 anos é brincar com coisas sérias.
Nesses tempos, as padeiras de Ul levavam o pão às feiras dos 9 e 23 a Vale de Cambra. Iam e vinham a pé, descalças, atravessavam os montes da Seixa, em Macinhata, e os proprietários dos montes queixavam-se de que as padeiras de Ul, na sua passagem, “roubavam” a caruma, o que até era verdade. Ora os proprietários de hoje ficariam todos contentes se as padeiras viessem outra vez limpar os montes.
Que bom ver ‘falada e mostrada’ a terra onde nasci e ‘rever’ caras conhecidas…Que saudades meu Deus… Ul por ‘riba’