A insuficiência cardíaca é uma situação clínica causada por uma anomalia funcional e/ou estrutural do coração que resulta num funcionamento inadequado para as necessidades, levando ao aparecimento de sintomas ou sinais, inicialmente durante a realização de grandes esforços, progressivamente para esforços cada vez menores e, numa fase mais avançada, mesmo em repouso.
Os sintomas mais frequentes são o cansaço, falta de ar, edemas (inchaço) dos tornozelos e das pernas, tosse e/ou pieira (“chiadeira”) quando deitado, tonturas, palpitações (sensação de batimento cardíaco rápido e /ou irregular), falta de apetite e enfartamento e desconforto torácico.
Uma vez que estes sintomas podem estar presentes em várias outras doenças (pulmonares, da tiroide, anemia, entre outras), quando surgem, devem ser avaliados pelo médico que em princípio irá prescrever alguns exames para confirmar a doença, perceber a(s) causa(s), avaliar a sua gravidade e, na posse de todos estes dados, indicar os tratamentos adequados.
Os exames iniciais incluem habitualmente o eletrocardiograma, ecocardiograma (ecografia ao coração) e análises de sangue, mas poderá ser necessário também fazer radiografia do tórax (ou mesmo um TAC), provas funcionais respiratórias, prova de esforço, Holter (eletrocardiograma de 24 horas), MAPA (medição da pressão arterial de 24 horas) e/ou outros exames adicionais de acordo com a avaliação inicial.
A insuficiência cardíaca é uma doença com elevado potencial de evoluir rapidamente para um quadro com marcadas limitações das atividades básicas diárias, sofrimento e redução significativa da esperança de vida, pelo que é crucial que o diagnóstico seja feito numa fase inicial da doença.
O diagnóstico precoce permite muitas vezes tratar a patologia de base, melhorando os sintomas e atrasando significativamente ou mesmo impedindo a progressão para os quadros incapacitantes e fatais, ao contrário do que acontece nos casos avançados em que apenas é possível melhorar ligeiramente os sintomas.
O tratamento depende obviamente da situação concreta, mas pode incluir:
– alterações de estilo de vida (deixar de fumar, reduzir ou parar de beber álcool, dieta com pouco sal e poucas gorduras, reduzir o peso e fazer exercício físico regular, entre outros)
-medicamentos e, em alguns casos, tratamentos invasivas tais como cardioversão elétrica (“choque”) de arritmias; implantação de dispositivos como pacemakers e desfibrilhadores; tratamentos percutâneos (introdução através das veias e/ou artérias do braço, perna ou pescoço) para corrigir “apertos” nas artérias do coração e válvulas disfuncionantes (com insuficiência e/ou “aperto”), ou para eliminar/ reduzir focos de arritmias, entre outros; e, ainda, cirurgia cardíaca para tratar problemas nas artérias e/ou nas válvulas do coração não passíveis de tratamento percutâneo.
Contudo, o médico irá aconselhar o melhor tratamento para cada situação. Cuide do seu coração.