No âmbito das comemorações do 40º aniversário da elevação de Oliveira de Azeméis a cidade, foi inaugurado o “Par de chancas”, da autoria do artista cucujanense Paulo Neves, colocada na rotunda do Samil, à entrada de São Roque Consiste, uma zona em que os limites entre os concelhos de Oliveira de Azeméis e São João da Madeira, com tradição no calçado. Este “Par de Chancas” orçado em 60 mil euros, que demorou dois anos a ser executado, é o mais pesado do mundo. Foram precisas 25 toneladas de mármore do Alentejo para a sua realização.
A obra artística de Paulo Neves é composta por duas chancas em tamanho gigante, cada uma com quatro metros de comprimento, por dois metros e vinte de altura, e um metros de largura. É uma homenagem ao sector do calçado, um setor de atividade importante no nosso concelho e que “tem fortíssimas tradições no nosso território”, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis na inauguração.
“Isto é uma justíssima homenagem aos empresários deste setor que são resilientes, são combativos, que conhecem o seu negócio, e conseguem competir com as suas empresas num setor de atividade que é muito difícil e complexo”, acrescentou.
“Para mim foi fantástico”
Paulo Neves era um homem feliz pela inauguração do seu “Par de Chancas” que homenageia o sector de calçado. “Para mim é fantástico. Sou de Cucujães e o facto de me terem convidado para fazer um monumento ao calçado, que é uma indústria que desde pequeno assisti a pessoas e conheci sempre pessoas que trabalhavam no setor do calçado”, disse o artista após a inauguração de mais uma escultura da sua autoria no concelho de Oliveira de Azeméis
O artista cucujanense, hoje com 65 anos, foi, em criança, um dos poucos alunos privilegiados da sua freguesia que tinha calçado. Numa entrevista recente, Paulo Neves recordou que os pais compravam as chancas a um sapateiro do lugar da Mourisca, em São João da Madeira. Era uma espécie de botins com sola de madeira e revestimento de couro tinham, muitas vezes, apliques de ferro à frente e atrás, para não romper a madeira.
Lembrou também os tempos em que tinha de esconder as suas chancas nas valetas da estrada, de forma a que ninguém as roubasse, para ir jogar à bola, descalço, com os colegas de turma.
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NÚMERO
25 000
Paulo Neves usou 25 000 quilogramas de mármore do Alentejo para concretizar o “Par de Chancas” instalada na rotunda do Samil, em São Roque