A dois dias da realização da Noite Branca, um evento que junta milhares de pessoas, e que terá como um dos palcos a Igreja Matriz de Oliveira de Azeméis, a GNR de Oliveira de Azeméis iniciou, na manhã desta quarta-feira, dia 11 de setembro, uma intervenção que obrigou a sem-abrigo Carla a desocupar os seus pertences do espaço público, na Rua Bento Carqueja.
A história de Carla, cidadã que opta pela vida de sem-abrigo, não aceitando a ajuda social, volta a repetir-se. Em 2022, a sua realidade foi do conhecimento público quando escolheu um banco da Rua António Alegria para dormir. Em meados de julho escolheu um outro banco, desta vez em frente à Igreja Matriz de Oliveira de Azeméis. Aconteceu pouco tempo depois de ter voltado a assinar um novo termo de responsabilidade para voltar a abandonar a Santa Casa da Misericórdia.
Nos últimos dias, por causa do frio e alguns pingos de chuva, chegou a escolher a soleira da loja dos CTT da cidade. O incómodo da comunidade em relação a este tema fez-se sentir. Foram inúmeras as reações nas redes sociais relativas a esta situação. Principalmente devido ao cheiro intenso a urina que se fazia sentir naquele local.
Numa nota de esclarecimento, a autarquia informou que “a pessoa em causa padece ainda de dois problemas de saúde (que pela reserva da sua vida privada não divulgamos) que, quando não está devidamente medicada, têm como consequência o odor fortíssimo a urina que, infelizmente, todos podemos testemunhar quando nos abeiramos do local onde ela se encontra”.
O azeméis.net presenciou o momento a intervenção da GNR com o apoio dos serviços sociais da autarquia oliveirense na desocupação do espaço público. Enquanto o processo continua a decorrer ao início da tarde desta quarta-feira, Carla continua sentada no banco. A solução para esta situação passa, informa a autarquia na mesma nota de esclarecimento, pela disponibilização de uma vaga numa Estrutura Residencial fora do concelho.
“Neste momento, e não obstante a Santa Casa da Misericórdia continuar disponível para prestar auxílio à senhora – mediante, naturalmente, o cumprimento de regras mínimas – assim ela o aceite, continuamos a procurar uma solução para a sua vida. Essa solução passa, neste momento, pela disponibilização de uma vaga em Estrutura Residencial, fora do concelho (condição imposta pela cidadã), o que depende integralmente do Instituto de Segurança Social que, como sabemos, também enfrenta grandes dificuldades em dar resposta dado o tão reduzido número de vagas existente”, pode-se ler na nota.
Uma resposta
Está situação é uma palhaçada autêntica,somente por estarmos juntos à noite branca é que estão a agir, vergonhoso isto por parte da autarquia, e por parte de algum povinho que se julga ser superior a tudo e todos e que esse povinho acha que deve falar para a sem abrigo de qualquer maneira, ora passei lá ela sempre me respeitou e foi educada para mim,assim como eu o foi para ela. Vão mas é ao cerne da questão e hajam.