Terça-feira, 18 de Novembro de 2025
Terça-feira, 18 de Novembro de 2025

“A promessa assim não tem valor”. Rua do Alto da Subida, em Carregosa, (des)espera por requalificação

> Passou um ano desde o anúncio da requalificação e nada, absolutamente nada, mudou para melhor na Rua do Alto da Subida, em Chão da Silva, Carregosa.
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Antes de mais, começo por pedir as mais sinceras desculpas à memória de Carlos Paião por aquela que poderá ser uma terrível adaptação de um dos versos da música Cinderella (que jamais se atreveria a pisar nesta rua). Hoje, tomo, mais uma vez, a palavra por escrito, desta feita, para relatar aquilo que vi com os meus olhos e que ouvi da boca de quem ali vive todos os dias. Estive na Rua do Alto da Subida, em Chão da Silva, observei o estado do piso e ouvi os desabafos de alguns moradores que já não sabem a quem recorrer, uma vez que, quando recorrem a quem de direito, ouvem sempre a mesma ladainha. Quanto mais eu escutava, mais evidente se tornava aquilo que já hoje todos vemos como verdade: passou um ano desde o anúncio da requalificação e nada, absolutamente nada, mudou para melhor. A promessa assim não tem valor.

Recordo que, a 5 de novembro de 2024, esta rua foi incluída na lista das mais de 150 vias que, segundo a Junta e o município, iriam finalmente conhecer obras dignas desse nome. Criaram-se expectativas, falou-se que “desta vez é que é”, garantiu-se que era uma prioridade. Mas, quem ali passa hoje, percebe que a promessa ficou a meio caminho entre o papel e o esquecimento, já que a estrada continua em terra batida, solta, esburacada, ora levantando nuvens de poeira, ora assemelhando-se a um pântano — dependendo apenas de o céu estar aberto ou carregado.

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A Junta de Freguesia tem repetido que a terra “precisa de abater”, como se o próprio tempo fosse capaz de resolver o que a ação humana deixou por fazer. Mas, depois de estar no local, posso afirmar sem rodeios: desde a primeira intervenção, não entrou ali mais terra, não passou um cilindro, não se fez qualquer nivelamento.

As últimas chuvas, fortes e constantes, não só justificavam como exigiam nova ação, pois se não se colocar mais terra, o piso não vai, definitivamente, assentar. O que lá está agora é exatamente o que estava — só que pior. Os buracos abriram-se ainda mais, as rodas dos carros criaram valas profundas e quem ali vive sente que a cada dia a rua se desfaz um pouco mais.

Há quem diga que “o povo reclama por qualquer coisa”, como se pedir contas do que se prometeu no passado seja algo inesperado ou incongruente. Aqui, como em outros lugares da freguesia, que a seu tempo serão enunciados, apenas se pede a Junta esteja presente, que acompanhe e que cuide, no fundo, pedem que a palavra dada seja palavra honrada, de preferência num prazo que se admita como razoável.

Hoje escrevo porque acredito que a política local não se faz à distância nem de desculpas. No verão, quiseram abrir aquela (e outras) ruas numa tentativa de mostrar trabalho feito, então e agora? Carregosa merece mais do que poeira no verão, lama no inverno e promessas ao vento. Uma freguesia não se governa com anúncios nem cartazes mais ou menos elaborados, governa-se com presença, com trabalho e com respeito pelo quotidiano de quem cá vive.

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