Na sequência das respostas dadas pelo presidente da Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis aos vereadores do PSD que levaram o assunto da falta de financiamento do documentário dos festejos em honra de São Luís, do lugar de Figueiredo, Pinheiro da Bemposta, o grupo de cineastas liderado por Adalberto Pinto enviou uma carta aberta ao presidente de Câmara Municipal de Oliveira de Azeméis, onde sublinhavam logo no início da missiva a falta de esclarecimento sobre os critérios subjacentes aos apoios culturais. Ainda na mesma carta, o grupo refere que ao longo de todo o processo “mais nada fez do que defender o interesse da população local”.
“Os critérios subjacentes à atribuição dos apoios ficaram por esclarecer. Todavia, se bem entendemos, afirmou que será a Câmara Municipal, com os seus meios, a documentar a festa de S. Luís. (…) Assinalamos, por isso, que estamos em sintonia total e aproveitamos, aliás, para o parabenizar pela sua decisão. Peca por tardia, é certo. Se tivesse anunciado as suas intenções algures durante os últimos 9 meses, período durante o qual se recusou a financiar o nosso projeto em três momentos distintos, teria poupado algum trabalho a todos os envolvidos. Ainda assim, reconhecemos virtude no facto de ter compreendido a relevância e necessidade, que há muito apregoávamos, de se documentar a Festa de S. Luís”, pode ler-se no início da missiva.
E continua: “Lamentamos, porém, que a ação política do executivo tenha surgido, unicamente, quando foi visada a reputação de vossa excelência na comunicação social. Até outubro, todas as ações públicas de comunicação referiam, somente, a relevância e o interesse público do projeto. E, infelizmente, essas nunca mereceram nenhum tipo de comentário ou motivaram qualquer tipo de iniciativa por parte de vossa excelência”.
“ Nada mais fizemos do que defender o interesse da população local”
O grupo de cineastas lamenta “o tom condescendente” como o edil oliveirense se referiu ao grupo de cineasta quando estes, defendem, “nada mais fizemos do que defender o interesse da população local”, vincando que “prova-o a atitude da Câmara: pois acaba por se propor a fazer exatamente aquilo que defendemos ser necessário: a realização de um documentário”.
Negam que alguma vez tenham “faltado ao respeito a alguém”. Pelo contrário, evidenciam, “a única falta de respeito para com a instituição que é a democracia – para com os cidadãos e para com os fundadores da democracia portuguesa – seria aceitarmos o primeiro “não” como resposta”.
A finalizar a missiva, o grupo lamenta todas as manifestações culturais oliveirenses que vão ficar na sombra do esquecimento. “O documentário sobre o S. Luís não existiria se este grupo de jovens idealistas não tivesse “oferecido” a ideia ao executivo. Não há como negar isso. E quantos ‘S. Luís’ não existem em Oliveira de Azeméis? O que vai a câmara fazer sobre esses quando não há ninguém a pressionar? Lamentamos por tudo isto”.