No discurso na cerimónia de abertura do primeiro encontro do ensino profissional promovido pela Escola Secundária Soares Basto, a diretora do agrupamento, Maria José Cálix, destacou o nome de Bruno Azevedo, co-fundador e CEO da empresa Addvolt, como um exemplo de sucesso de aluno formado nesta instituição escolar.
O engenheiro e empresário, hoje com 32 anos, cresceu no lugar de Adães, na freguesia de Ul, Oliveira de Azeméis, e levou para a vida os fundamentos aprendidos na Escola Básica e Secundária Soares Basto. Em 2014, quando tinha 23 anos, fundou aquele que considera o projeto da sua vida, a Addvolt que o catapultou para importantes distinções.
Em 2020 entrou na lista dos melhores talentos europeus com 30 anos ou menos da prestigiada revista Forbes, na categoria “Manufactoring and industry”, ao lado do seu sócio, Rodrigo Pires, por terem “criado um produto elétrico que pode ligar-se a camiões para recarregar energia durante pausas e desacelerações”, justificou a publicação especializada em economia. “Essa energia é usada para refrigeração ou outras operações nos camiões, carrinhas e outros veículos comerciais”, acrescentava o texto da Forbes, reforçando que a empresa tem atividade em Portugal, Espanha e Alemanha.
O ano de 2022 foi também de grande exposição e conquistas. A Addvolt cujo cérebro é natural de Oliveira de Azeméis, mas que está sediada em São Mamede Infesta eque é uma spin-off da Universidade do Porto, venceu a 18ª edição dos Prémios PME Inovação COTEC-BPI depois de ter apresentado um projeto de powerbanks para camiões de frio. Este projeto foi escolhido entre as mais de 200 candidaturas.
Também no ano passado, a Addvolt foi uma das dez empresas distinguidas no evento Portugal Ventures Awards, destinado a reconhecer startups que apresentem percursos de excelência. A edição 2022 dos Portugal Ventures Awards entregou um total de dez distinções, destinadas a reconhecer startups que apresentem percursos de excelência.
Empresas de moldes de Oliveira de Azeméis despertaram a curiosidade
Bruno Azevedo fez a formação superior na área da eletrotécnica na Universidade do Porto, e foi esta universidade que lhe deu o apoio necessário para a formação da empresa que o faz colecionar várias distinções, mas as bases foram adquiridas quando era um jovem aluno da Escola Secundária Soares Basto. Foi ainda jovem que começou a tomar contacto com a indústria de moldes.
“Recordo-me das visitas de estudo que realizei enquanto andava na escola primária e no ciclo, e que me ajudaram a nivelar expectativas e a conhecer algumas indústrias e setores mais de perto. Ao longo das visitas que ia fazendo às empresas de Moldes da minha região ficava indignado e ao mesmo tempo interessado e curioso em aprender mais sobre a indústria automóvel. Na verdade, ajudaram-me no processo de decisão para estudar Engenharia Eletrotécnica, na FEUP”, recorda numa entrevista concedida a um jornal universitário.
Do seu currículo constam passagem por empresas de Oliveira de Azeméis. Com 15 anos apenas, em 2006, foi operador na Moldoplástico, e em 2007 entrou como aprendi Mafepre, uma empresa especializada em ferramentas de corte, instrumentos de precisão, sediada na Marinha Grande e com filial em Oliveira de Azeméis.
A indústria automóvel sempre foi uma área que despertou interesse. Confessa que uma das suas inspirações é o Comendador António da Silva Rodrigues, quase seu vizinho no lugar onde cresceu e onde volta em todos os fins de semana.