Sexta-feira, 6 de Dezembro de 2024
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Má oclusão: a importância da deteção precoce

> Literacia em Saúde por Catarina Bonito Vítor, médica dentista na Clínica CUF S. João da Madeira.
Catarina Bonito Vítor, médica dentista na Clínica CUF S. João da Madeira
Catarina Bonito Vítor, médica dentista na Clínica CUF S. João da Madeira

Durante a primeira consulta de Medicina Dentária, o profissional não apenas verifica a saúde da boca, lábios e dentes, mas também avalia a relação entre os maxilares e os hábitos de sucção, como o uso de biberão, chupeta ou sucção do dedo. Esta análise precoce é crucial para detetar e corrigir eventuais problemas que possam afetar o desenvolvimento da arcada dentária, prevenindo o aparecimento de alterações ou disfunções no “encaixe” dos maxilares.

Com a orientação adequada e uma intervenção atempada, muitos desses problemas podem ser corrigidos antes que se tornem mais graves. Contudo, a genética também desempenha um papel fundamental no crescimento e na oclusão da criança. Se houver tendência para algum padrão específico de desenvolvimento, será necessário um plano de tratamento, a nível da ortodontia intercetiva e corretiva, mais detalhado e a longo prazo, para garantir um crescimento saudável da criança.

Um dos casos mais comuns que pode ser identificado precocemente é a prognatia mandibular, que ocorre quando a mandíbula cresce mais do que a restante face, incluindo os dentes superiores, o palato (céu da boca) e a base do nariz. Nestes casos, o maxilar superior pode não ter espaço suficiente para toda a dentição superior alinhada e posicionar corretamente a língua. Como resultado, o maxilar inferior, embora tenha espaço para os dentes, projeta-se para a frente e destaca o avanço do queixo relativamente à restante constituição da face.

As mordidas cruzadas (anteriores ou posteriores), as mordidas abertas (espaço entre os dentes de cima e de baixo) e as discrepâncias de dimensão entre os dois maxilares (um maior do que o outro) são alguns dos problemas que mais afetam a qualidade de vida e as funções da boca. Estas má-oclusões, quando não tratadas, levam à dificuldade em mastigar, maior probabilidade de fratura dentária dos dentes anteriores, má qualidade de sono, dores e degradação da articulação temporo-mandibular (que permite a abertura e fecho da boca) e claro, a um sorriso menos harmonioso.

Hoje em dia, contamos com a colaboração de outras especialidades como a Pediatria de Desenvolvimento, a Otorrinolaringologia, a Cirurgia Maxilo-Facial e a Terapia da Fala Miofuncional para, aliados às ferramentas disponíveis, resolverem as más-oclusões. Cada sistema tem as suas indicações e vantagens, algo que antes era mais limitado.

Atualmente, dispomos de diferentes sistemas que vão desde a colocação de mantenedores de espaço, à ortopedia funcional dos maxilares e ao uso de alinhadores, para além dos conhecidos aparelhos ortodonticos fixos.

Procure um médico dentista e melhore a sua qualidade de vida.

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