O distrito de Aveiro possui uma extensa área florestal que desempenha um papel crucial na proteção do solo, na regulação dos recursos hídricos e na mitigação de desastres naturais. Além de fornecer recursos renováveis, estas áreas impulsionam o turismo de natureza, oferecendo trilhos, parques e espaços de lazer promovendo o bem-estar.
A preservação e reflorestação destas áreas são essenciais para a sustentabilidade da região e contribuem para uma melhor qualidade de vida das comunidades locais.
O Perímetro Florestal das Dunas de Ovar conta com um abate massivo. Segundo o Plano de Gestão Florestal, entre 2022 e 2038, vão ser abatidos cerca de 363 hectares de pinhal. O processo de abate do perímetro já iniciou. No entanto, como escreve Manuel Alegre, “há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não.” São inúmeras as pessoas que estão descontentes com esta decisão e que vão acompanhando o processo de desafetação.
Um grupo de cidadãos criou uma associação e uma petição que conta com cerca de 3 429 assinaturas. A
mobilização é visível em diversos fóruns. São muitos os que dizem não e que resistem às intempéries.
A última Assembleia Municipal de Ovar foi marcada pela resistência. Imperou a inflexibilidade, a insensibilidade e a falta de vontade no que toca à auscultação das inquietações da população por parte do PSD. Logo no Período Antes da Ordem do Dia, apesar da inscrição estar de acordo com o regulamento da Assembleia Municipal, o presidente da Assembleia Municipal não queria ouvir a intervenção de um dos cidadãos.
Não é admissível uma posição destas por parte de um autarca. As assembleias são também espaços para ouvir os cidadãos. O tema central da Assembleia, a votação da desafetação do perímetro florestal das Dunas de Ovar, acabou por ser aprovado. Todas as bancadas votaram contra o ponto, à exceção do PSD.
A gestão das áreas florestais deve ser pensada a longo prazo, centrando-se em políticas que promovam a sua regeneração, o aumento do seu perímetro e não o seu abate. É fundamental a criação de planos de reflorestação ambiciosos, com uma maior aposta em espécies autóctones, reforçando a resiliência do ecossistema, combatendo a erosão e potenciando a biodiversidade.
Paralelamente, o controlo de espécies invasoras deve ser intensificado, garantindo que a regeneração ocorra de forma equilibrada e sustentável. Proteger as áreas florestais é um compromisso, que todos temos de ter, com as gerações futuras.