Mais um momento histórico e marcante para o desporto oliveirense. Apenas quatro meses depois de ter terminado a carreira como árbitro de Futsal, o oliveirense Eduardo Coelho, de 45 anos, foi convidado a fazer parte da nova estrutura da Federação Portuguesa de Futebol, liderada agora por Pedro Proença. O ex-árbitro faz parte do Conselho de Arbitragem, presidido por Luciano Gonçalves, na secção não profissional.
Passará a ser ele a cara mais visível da coordenação da arbitragem do futsal do português. Será por ele que passará, por exemplo, as nomeações dos árbitros para os jogos do campeonato português. “É mais um desafio na minha trajetória, e esta nomeação acaba por ser um reconhecimento do trabalho que fiz ao longo da minha carreira”, afirma Eduardo Coelho ao azeméis.net.
Esta nomeação acontece apenas quatro meses depois de ter terminado a sua carreira enquanto árbitro profissional, e assume que este era o caminho que projetava para sua carreira. “Quando terminamos a carreira esperamos sempre ser convidados para alguma coisa. Mas esta chamada acabou por ser uma surpresa, e deixa-me muito orgulhoso. Agora o meu objectivo é apenas fazer um bom trabalho e não defraudar a confiança que está a ser depositada em mim”, confessa ao nosso o novo elemento do Conselho da Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol.
O Conselho de Arbitragem é uma estrutura à parte da equipa diretiva da Federação Portuguesa de Futebol, e o convite para integrar a nova equipa do Conselho de Arbitragem partiu do novo líder Luciano Gonçalves, que até há bem pouco liderou a APAF (Associação Portuguesa dos Árbitros de Futebol). Na hora da despedida o novo presidente do CA da FPF elogiou o trabalho de Eduardo Coelho.
“Os meus parabéns ao Eduardo Coelho pela sua carreira de excelência, tornou-se numa das referências da arbitragem do futsal a nível internacional. Esteve em nove fases finais de grandes competições de seleções o que diz muito do trabalho que produziu na quadra ao longo de muitos anos”, referiu Luciano Gonçalves aos meios de comunicação da Federação Portuguesa de Futebol.
José Fontelas Gomes, líder do Conselho de Arbitragem no mandato do anterior presidente da FPF, Fernando Gomes, também se desdobrou em elogios. “Personalidade distinta e sempre respeitador do próximo, foi-se destacando pelos seus desempenhos ao longo dos anos e não foi por acaso que atingiu os mais altos patamares da arbitragem mundial, com a participação em diversas fases finais das principais competições da FIFA e da UEFA. Perdemos uma das nossas principais referências no futsal, mas é inegável que deixará uma marca”, afirmou ao site da FPF.
A despedida
Eduardo Coelho terminou a sua carreira de árbitro de futsal no final de outubro de 2024, aos 45 anos. O juiz da Associação Futebol de Aveiro (liderada pelo pai José Neves Coelho) despediu-se das quadras no Pavilhão do Leões Porto Salvo, tendo sido um dos árbitros do encontro que opôs a equipa da casa ao Sporting, que estava em atraso da 2.ª jornada do Campeonato Nacional de Futsal e que terminou com a vitória forasteira por 6-4.
Atingiu o estatuto de um dos melhores árbitros do mundo. Em 2008, passou a árbitro internacional, tendo entrado na elite FIFA em 2011. Esteve em fases finais de Campeonatos da Europa (5 edições) e do Mundo (4), assim como em duas finais da Liga dos Campeões e uma final da Taça Intercontinental de clubes. O Campeonato do Mundo que se realizou no Uzbequistão, entre os dias 14 de setembro e 6 de outubro, foi a sua última competição internacional.
Quando se despediu da arbitragem, Eduardo Coelho não escondeu o orgulho pela carreira que construiu, agradecendo a todos quantos estiveram ao seu lado durante este longo e meritório percurso.
“Encerro um capítulo importante da minha vida, após anos de dedicação à arbitragem no futsal. Foi uma jornada repleta de desafios, sacrifícios e conquistas, onde aprendi, cresci e conheci pessoas que me inspiraram e apoiaram. Sinto uma mistura de orgulho, nostalgia e alívio por tomar esta decisão com o coração em paz. Agradeço à minha família e a todos que estiveram ao meu lado, acreditando no meu trabalho e ajudando-me a ser melhor a cada jogo. Deixo o apito sabendo que dei tudo de mim, mas com a certeza de que é hora de abrir espaço para uma nova geração e contribuir de outras formas para este desporto que tanto amo”, assinalou aos meios da FPF.