Quinta-feira, 25 de Abril de 2024
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Diamantino Nunes, presidente da Pró-Outeiro: “As IPSS não têm equipamento de proteção individual nem formação” em Azeméis

Diamantino Nunes é presidente da direção da Associação de Melhoramentos Pró-Outeiro
Diamantino Nunes é presidente da direção da Associação de Melhoramentos Pró-Outeiro

O presidente da Associação de Melhoramentos Pró-Outeiro, Diamantino Nunes, revela que perdeu o pai no dia 20 de abril 2020, revela-se triste com as consequências do COVID-19, e coloca o dedo em várias feridas. Mostra-se revoltado na forma como o SNS (Serviço Nacional de Saúde) tem lidado com os idosos, e é a esta organização do Estado a quem atribui culpas de a pandemia dos lares serem causados por infecções nos hospitais e nos transportes, e denuncia a situação nos lares de Oliveira de Azeméis: “Esta é a realidade de Oliveira de Azeméis, as IPSS não têm EPI’S (Equipamento de Proteção Individual, não têm formação”. co os escreveu um artigo de opinião

Tudo isto foi revelado num artigo de opinião que Diamantino Nunes escreveu para o jornal Diário de Aveiro do dia 22 de abril a que deu o título “Dia Chato”.

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Artigo de opinião escrito por Diamantino Nunes e publicado no jornal Diário de Aveiro do dia 22 de abril de 2020

Sinto uma revolta quase incontrolável por não poder despedir-me de um ente querido

Diamantino Nunes

“As minhas lágrimas agora caem, por tudo e por nada, ou porque um primo me liga a dar os sentimentos, ou porque alguém, que eu não conheço, me fala do meu pai”, revela Diamantino Nunes neste artigo de opinião.

A comoção toma conta das palavras do presidente da Associação de Melhoramentos Pró-Outeiro. “Estou, neste momento, seriamente comovido. Não consegui despedir-me do meu pai, que esteve preso, e sim, este é termo, preso, amarrado a uma cama do Hospital da Feira, sem visitas, para além das prováveis enfermeiras, médicos, e pessoal hospitalar. Morreu só e não sei se sinto piedade ou ódio. Sinto uma revolta quase incontrolável por não poder despedir-me de um ente querido e nem consigo sequer imaginar quando irá terminar esta minha revolta”, desabafa.

“A pandemia nos lares ocorrem por infecções nos hospitais e nos transportes”

Diamantino Nunes é conhecido e reconhecido por todo o trabalho desenvolvido na IPSS de Oliveira de Azeméis Associação de Melhoramentos Pró-Outeiro. Tem um alto conhecimento sobre a realidade dos lares e da vivência dos dos nosso idosos. E por isso nesta altura de maior revolta não poupa críticas ao Serviço Nacional de Saúde.

“Temos um problema de saúde com os nossos velhos e quase todos olhamos para o lado. Ninguém deve duvidar de que os casos de pandemia nos lares ocorrem por infecção nos hospitais e nos de e para os mesmos. O problema vem do SNS , das administrações dos hospitais. um velho… é um números”, opina.

E põe a nu a realidade nas IPSS no concelho de Oliveira de Azeméis em tempos de COVID-19. “Meus senhores, esta é a realidade e, Oliveira de Azeméis, as IPSS não têm EPI’s [Equipamento de Proteção Individual], não têm, na minha opinião, o reconhecimento que merecem. E estão na linha da frente como todos os profissionais de saúde”, expõe.

Dúvida sobre se o pai morreu com COVID-19por falta de testes

Neste artigo de opinião, Diamantino Nunes revela alguns pormenores sobre os últimos momentos de vida do progenitor. Refere a falta de realização de testes ao vírus pandémico de 2020 e interroga-se sobre a veracidade do teste (ultra rápido) feito ao seu pai.

“O meu pai foi, nos últimos meses, várias vezes aos hospitais da Feira e de Oliveira de Azeméis. Normalmente, ao fim de poucas horas, éramos avisados de que ia ter alta… E, à nossa pergunta, que nos parece pertinente… mas já está bem?! A resposta, invariavelmente, era a mesma. Sim, está melhor e já pode voltar para casa, o que neste caso era o Lar. Várias vezes a resposta à nossa pergunta: foi feito o teste de COVID? Não, não é necessário porque não esteve em zona de contacto, pelo que não vamos fazer o teste!!!”, revela.

E o episódio continua a ser contado por Diamantino Nunes: “Num desses internamentos no Hospital S. Sebastião, à noite, uma médica telefonou à instituição a exigir que enviássemos um transporte para voltar para casa (Lar). E à pergunta da Directora de Serviço do Lar relativa à realização do teste, a médica respondeu: – Não temos testes, pelo que o utente tem de sair do hospital”.

Conclusão da história: “A Diretora de Serviço do Lar indagou a médica, se o teste era ou não obrigatório , e não é que passado 30 minutos já tinha sido feito e o teste tinha sido negativo (???)“.

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